Bondade e Fidelidade Divina

Publicado em: 16 de maio de 2020

Categorias: Estudos de Quinta Feira

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Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre

Salmo 136.1

A afirmação de que “Deus é amor” é frequentemente explicada em termos da revelação, dada através da vida e ensino de Jesus Cristo, da vida infinita do Deus trino como uma vida de mútua afeição e honra (Mt 3.17; 17.5; Jo 3.35; 14.31; 16.13-14;17.1-5,22-26). Com essa ideia está relacionado o reconhecimento de que Deus criou os anjos e os homens para glorificá-lo pela participação no alegre dar e receber dessa vida divina segundo sua própria condição de criaturas. Porém, quando João diz que “Deus é amor” (1Jo 4.8), ele quer dizer, como explica adiante, que Deus, através de Cristo, salvou pecadores: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.
Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho corno propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.9-10).

Como sempre, no Novo Testamento, o “nós” – como objetos e sujeitos beneficiários do amor redentor – significa “nós que cremos”. Esse “nós” não se refere a cada indivíduo que pertence à raça humana. Quando se diz que o “mundo” foi amado e redimido (Jo 3.16-17; 2Co 5.19; 1Jo 2.2), a palavra “mundo” significa o grande número dos eleitos de Deus espalhados por todo o mundo, de todas as nações (cf. Jo 10.16; 11.52). O “mundo” redimido não é cada pessoa que já existiu ou ainda existirá.

O soberano amor redentor é uma faceta da qualidade que as Escrituras chamam de bondade de Deus (SI 100.5; Me 10.18), isto é, a gloriosa benevolência e generosidade que alcança todas as suas criaturas (SI 145.9,15-16), e que deve levar todos os pecadores ao arrependimento (Rm 2.4). Outros aspectos dessa bondade são a piedade que mostra benevolência às pessoas em angústia e as livra de sua dificuldade (SI 107; 136) e a paciência que não suspende a benevolência em favor daqueles que continuam em pecado (Êx 34.6; SI 78.38; Jo 3.10-4.11; Rm 9.22; 2Pe 3.9). A suprema expressão da bondade de Deus é o amor que salva os pecadores que só merecem a condenação; salva-os, além disso, à custa da morte de Cristo no Calvário (Rm 3.22-24; 5.5-8; 8.32-39; Ef 2.1-10; 3.14-18; 5.25-27).

A fidelidade de Deus é outro aspecto de sua bondade. As pessoas mentem e faltam com sua palavra; Deus, porém, não faz nem uma coisa nem outra. Nas piores situações, pode-se afirmar: “as suas misericórdias não têm fim… Grande é a tua fidelidade” (Lm 3.22-23; SI 36.5; cf. SI 89, especialmente os vs. 1-2,14,24,33,37,49). Mesmo quando as circunstâncias são inesperadas e desnorteadoras e ameaçam esconder a sua fidelidade, ainda assim, sabemos que Deus cumpre suas promessas a nós, que cremos: “todas vos sobrevieram, nem uma delas falhou” (Js 23.14).

Extraído da Bíblia de Estudo de Genebra