O Brasil é um país continental. É o quinto maior país do mundo em extensão territorial, superado apenas por União Soviética, Canadá, China e Estados Unidos. Em população é o sétimo do ranking, superado apenas pela Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Paquistão e Nigéria. Somos hoje, a décima quarta economia do mundo. Ocupamos um lugar privilegiado, pois temos a maior reserva florestal do planeta e somos um dos maiores produtores de alimento e proteína animal do mundo. O Brasil é um gigante pela própria natureza. Nossas terras são produtivas, nossos rios são caudalosos, nossos recursos minerais são abundantes, nossa fauna e nossa flora são de uma variedade colossal.
O Brasil, porém, tem outros adjetivos: Somos conhecidos como o país do carnaval, a nação do futebol, o reino da cachaça, o terreno fértil da corrupção. Aqueles que têm um pingo de decência, ficam estarrecidos com a inversão de valores que campeia desde o topo da pirâmide social até a sua base. A corrupção endêmica e sistêmica desidrata o país, tornando a nação anêmica e o seu povo desassistido de esperança.
Dos palácios aos parlamentos, passando pelas cortes, chegando ao mundo empresarial, vemos com pesar, a desfaçatez dessa prática roubando a nação de sua esperança. Políticos corruptos são inocentados. Empresários poderosos são liberados das penalidades da lei mesmo depois de terem confessado seus delitos e devolvido aos cofres públicos vultosas somas de dinheiro. A nação se divide entre aqueles que estão atordoados por essa triste realidade e aqueles que fazem vistas grossas a essa prática nada republicana.
O pecado, o opróbrio das nações, grassa e sopita em terras brasileiras, seja através da violência nas ruas ou das invasões nos campos. O pecado mostra sua cara medonha nos tribunais que adotam um lado, condenando inocentes e inocentando culpados. O pecado revela sua feiura ao incentivar o aborto, ao erotizar as crianças, ao promover a ideologia de gênero e ao atacar, com desmesurado rigor, a família tradicional. O pecado revela sua hediondez ao sodomizar nossa cultura e ao entorpecer nossa juventude, deixando de combater o tráfico com a força necessária ou tentando legalizar o uso das drogas letais à saúde das famílias.
O pecado revela seu lado tenebroso ao promover o mal e coibir o bem, ao chamar a luz de trevas e as trevas de luz. Vivemos numa cultura decadente e moribunda. O que se vê nos palcos eletrônicos e na grande mídia não é apenas a tolerância ao erro, mas uma gritante inversão de valores. Aquilo que, nas gerações pretéritas era um escândalo, hoje é incentivado e aplaudido ruidosamente. Aquilo que outrora era vergonhoso, hoje é praticado à luz do dia. Aquilo que trazia pejo e vergonha, hoje é aplaudido sem qualquer pudor.
É preciso dizer, porém, com clareza diáfana, que o pecado não é inofensivo; é o pior de todos os males. Seus favores trazem vantagens imediatas, mas prejuízos eternos. O pecado é um embuste. Suas glórias não passam de cinzas e suas alegrias se transformam em choro e ranger de dentes. O pecado é maligníssimo. Traz no seu bojo o opróbrio. Carrega em seu DNA a morte. Suas entranhas são nauseabundas e suas consequências são carimbadas pela vergonha, desespero e morte. Aqueles que motejam do pecado são loucos. Aqueles que permanecem no pecado, perecerão. Aqueles que promovem o pecado, enfrentarão duplo juízo.
É tempo de o Brasil acordar. É hora de conclamar nossa nação ao arrependimento. Que os palácios chorem sua desdita! Que os parlamentos se humilhem sob a poderosa mão de Deus! Que as cortes temam o justo Juiz! Que o povo se converta ao Senhor enquanto é tempo!
Com um soluço na alma, com lágrimas nos olhos e com senso de urgência, conclamo o Brasil e particularmente cada cidadão de per si a nos voltarmos para Deus enquanto podemos achá-lo e a invocarmos ao Senhor, esperança nossa, enquanto ele está perto!
Neste Domingo de Páscoa, é um bom momento para repensarmos, refletirmos e principalmente nos arrependermos. Que a Graça salvadora do Senhor Jesus Cristo possa convencer aos nossos corações sobre o pecado e a necessidade de redenção.
Texto do Reverendo Hernandes Dias Lopes