O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre
Provérbios 22.9
O livro de Provérbios é um robusto manual sobre generosidade. Destacamos alguns pontos, aqui, acerca da generosidade:
Em primeiro lugar, a generosidade é um ganho e não uma perda (Pv 11.24). “A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda”. Na matemática divina, quanto mais você distribui, mais você tem. Quanto mais sementes de bondade você espalha, mais Deus multiplica a sua sementeira. Aquele que, com usura, fecha as mãos ao necessitado, e não socorre o aflito, as sementes que segura com tanta avareza, vazarão pelos seus dedos. As sementes que se multiplicam não são aquelas que comemos, mas as que semeamos. Estou de pleno acordo com o que disse o mártir do cristianismo, Jim Elliot: “Não é tolo aquele que dá o que não pode reter, para ganhar o que não pode perder”.
Em segundo lugar, a generosidade é a porta de entrada da prosperidade (Pv 11.25). “A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado”. Deus faz tanto o rico quanto o pobre. É Deus quem fortalece as nossas mãos para adquirirmos riquezas. Riquezas e glórias vêm das mãos de Deus. A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto. Toda boa dádiva procede de Deus. Nada trouxemos para este mundo nem nada dele levaremos. Não somos donos de nada. O Senhor é o dono do ouro e da prata. Tudo pertence a ele. Somos apenas seus mordomos.
O que o Senhor requer de nós é que sejamos fiéis na mordomia dos seus bens. Se o dono é generoso, a única maneira de sermos fiéis ao dono, é sermos generosos com os bens do dono que estão sob nossa administração. Na medida que somos generosos com o que nos foi confiado, então, o Senhor, o dono de tudo, nos faz prosperar e coloca mais recursos em nossas mãos para administrarmos. Aqueles que acumulam, de forma egoísta, embora tendo muito, jamais sentem-se saciados. Quem ama o dinheiro, dele nunca se satisfaz. Porém, aqueles que dão de beber aos sedentos serão saciados.
Em terceiro lugar, a generosidade traz ricos dividendos (Pv 19.17). “Quem se compadece do pobre, ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício”. Os reformadores do século dezesseis falavam, com frequência, sobre o mistério do pobre e o ministério do rico. Os ricos têm mais, não para reter com usura, mas para distribuir com generosidade. Quando você se compadece do pobre, suprindo suas necessidades, você faz um empréstimo ao próprio Deus. O Senhor, dono de todas as coisas, se torna o seu credor. O Senhor nunca fica em débito com ninguém. Fica claro, portanto, que a generosidade traz dividendos abundantes, mas a usura prejuízos certos.
Em quarto lugar, o generoso está sob a bênção de Deus (Pv 22.9). “O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre”. O generoso dá a quem não pode lhe retribuir. Não se trata de uma barganha lucrativa. Generosidade não é um negócio. Não devemos dar com a intenção de receber de volta uma recompensa. Deus não ama o que é dado, mas a quem dá com alegria. Aquele que dá do seu pão ao pobre não dá apenas porque lhe sobra, mas dá porque ama. Ele tira um pouco do que lhe é necessário, motivado pelo amor. Por isso, ele é abençoado e abençoado por Deus.
Em quinto lugar, a generosidade traz provisão e evita maldição (Pv 28.27). “O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os olhos será cumulado de maldições”. Jesus disse que sempre temos os pobres conosco e podemos fazer o bem a eles quando quisermos. Mas, esconder os olhos dos pobres, tendo nós condições de socorrê-los, é atrair maldições sobre a nossa própria cabeça. Não ficamos mais pobres por ajudarmos os pobres. Ao contrário, Deus, o nosso provedor, nunca nos deixará ter falta. A generosidade não é uma subtração, mas uma adição e uma multiplicação!
Rev. Hernandes Dias Lopes