Parte 2
Fisher afirma que vivemos “em um mundo e uma igreja em que os líderes estão sob suspeita e a religião institucional, sob ataques diversos”. E isto deve-se, em grande parte, à fraqueza de caráter de muitos presbíteros e pastores. A busca pelo aperfeiçoamento do seu caráter é uma tarefa que o presbítero precisa executar continuamente, pois “quanto mais um líder sobe nas demandas da competência, mais profunda sua disciplina de caráter precisa ser.” Isto evidencia a importância das qualificações morais do candidato ao presbiterato.
IRREPREENSÍVEL – o Apóstolo Paulo usou duas palavras diferentes para apresentar esta qualificação. Em I Timóteo 3.2, o apóstolo usou a palavra grega “anepilemptos” que descreve uma pessoa incapaz de ser apanhada em falta. Em Tito 1.6, ele usou a palavra grega “anegkletos” que significa sem mancha, sem culpa. A exigência de que o presbítero seja irrepreensível não significa que ele precisa ser perfeito e nem perfeccionista. A perfeição plena só será alcançada no céu. Ser irrepreensível significa que o presbítero viva de forma coerente com a fé cristã.
ESPOSO DE UMA SÓ MULHER – esta exigência tem sido interpretada de cinco formas diferentes, a saber: 1) Casado; 2) Monógamo; 3) Fiel à sua esposa; 4) Casado uma só vez; 5) Não divorciado. Paulo reconhecia que as pessoas solteiras tinham maior disponibilidade para o serviço do Senhor (cf. I Coríntios 7.32-35), por isto certamente ele não excluiria os solteiros desta lista. O mais provável é que a recomendação de que o candidato ao presbiterato seja marido de uma só mulher signifique que ele deveria ser monógamo e fiel à sua esposa, considerando que naquela época a poligamia era muito comum tanto entre judeus quanto entre gentios.
JUSTO – justo é a tradução da palavra grega “dikaios”, que aparece oitenta e uma vez no Novo Testamento. O seus significado básico é reto segundo as exigências da lei; mas, provavelmente, ela foi usada pelo apóstolo para mostrar que o presbítero deve ser correto em suas ações para com o próximo.
CONCLUSÃO
Conclui-se então que o candidato ao presbiterato precisa ter um caráter ilibado, com qualidades que servirão de base para uma boa reputação diante da igreja e da comunidade onde ele vive.
Não se exige que o candidato seja perfeito, possuidor de todas as qualificações mencionadas por Paulo, mas que seja um homem disposto a buscar diariamente o seu crescimento moral e espiritual, a fim de realizar o seu trabalho com eficiência e eficácia. O que não se pode tolerar é o uso de padrões ímpios na escolha dos presbíteros.
Extraído: NASCIMENTO, Adão Carlos. Paz nas Estrelas. Santa Bárbara D’ Oeste, SP: Z3 editora e livraria, 2013, pp. 47-56.