Evangelismo Eficiente

Publicado em: 2 de janeiro de 2021

Categorias: Estudos de Quinta Feira

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Evangelizar para ver pessoas sendo convertidas a Cristo é desejo do crente e principal missão da igreja. Seguem, pois, duas importantes instruções para a execução eficiente desta tarefa:

1ª) Evangelize expressando sua alegria pelo evangelho

Deogratias, que viveu no 5º século, era a pessoa da igreja responsável em expor o evangelho às pessoas que, sem compromisso, desejavam receber uma primeira instrução sobre o cristianismo, para só depois decidirem se iriam ou não entrar para o catecumenato. Ao fazer uma autocrítica, Deogratias ficou descontente consigo mesmo, pois suspeitava que sua narrativa não estivesse agradando aos seus ouvintes.

Ele, então, busca a ajuda de um dos mestres da igreja, que lhe dá a seguinte exortação:

“Uma coisa é verdade: os outros nos ouvem com muito mais prazer quando nós mesmos estamos contentes com o que fazemos. Pois a nossa alegria afeta a própria qualidade da nossa fala, que sai mais fácil e aceitável” (Agostinho).

Esta instrução mostra que devemos evangelizar com um coração, não vazio ou sobrecarregado com as coisas deste mundo, antes, tomado pela alegria exultante vinda do Evangelho.

“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4.4).

“O coração alegre embeleza o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate” (Pr 15.13).

2ª) Não se fie nos atrativos de um discurso motivacional para convencer os ouvintes.

Quão dependentes somos da motivação: livros de autoajuda, palestras motivacionais, pregações para elevar a autoestima e despertar ânimo são as mais apreciadas e buscadas. Será que é isso, então, que devemos fazer na tarefa de evangelização? Devemos motivar as pessoas a buscar o Evangelho? Despertar o ânimo delas e motivá-las a buscar os dons graciosos de Deus por meio de palestras, mensagens, exposições e discursos carregados de estímulos emocionais?

Motivação é como água fervendo na panela: ela borbulha enquanto há uma chama acesa atiçando o calor. Cesse a fonte de calor e a água esfria novamente.

Pessoas que buscam a Deus com base em estímulos motivacionais, só farão isso temporária e/ou intermitentemente. Talvez isto explique porque alguns vão embora, depois de ouvir o sermão dominical, com muita disposição em servir a Deus e viver um compromisso sério com ele, até que na segunda, terça ou, talvez, quarta-feira, ou até que as circunstâncias mudem para pior novamente, e passado os efeitos motivacionais do sermão, eles voltem ao estágio de indiferença ou desânimo espiritual. Então, eles acham que precisam ouvir de novo aquela palestra ou aquele sermão fervoroso, ou procurar outra igreja ou outro pastor que têm um sermão mais “poderoso” e “ungido”, para renovar seu ânimo de buscar a Deus. Infelizmente, se não houver uma mudança de entendimento, este ciclo de oscilação espiritual não vai acabar.

Guarde isso: A Bíblia não é um livro motivacional, mas uma Palavra que gera necessidade. É aqui que o crente, quando evangeliza precisa se ater: Fazer uso da exposição clara, verdadeira e fiel da Bíblia, para que o Espírito Santo de Deus, pela Palavra, gere no ouvinte a necessidade dele buscar o evangelho e se comprometer com o Senhor Jesus.

Quando se tem algo como necessário, ele se torna essencial, é buscado todos os dias, independente do estado de ânimo e das circunstâncias. Isso é o que Deus faz: Ele gera nas pessoas a necessidade de buscá-lo e de servi-lo de modo permanente. E o único instrumento que Deus usa para isso, por meio do seu Santo Espírito, é a exposição da Palavra de modo suficientemente claro para o ouvinte ter entendimento da mensagem do evangelho. Assim, o discurso evangelístico do crente e da igreja deve ser unicamente a Palavra de Deus, exposta com clareza, fidelidade, pureza e verdade.

Lembre-se, o objetivo da igreja não é “encher-se” sem quaisquer critérios, mas levar aos não convertidos o conhecimento do instrumento de Deus, sua Palavra, por meio da qual ele opera a vocação dos eleitos. O alvo é uma igreja cheia, na medida do plano de Deus, de pessoas “salvas”, isto é, que sentem a permanente necessidade da salvação e que tem essa necessidade satisfeita no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.