Betsaida (“casa de pesca”) era um cidade localizada na planície ao norte do mar da Galileia. Filipe, André e Pedro eram naturais desta cidade (Jo 1.44). É nos arredores desta localidade que Jesus realiza um milagre inusitado. O texto base afirma que trouxeram até o Mestre um cego, rogando que o tocasse (Mc 8.22). Jesus leva-o para fora da aldeia e aplica saliva nos olhos do cego e pergunta: “Vês alguma coisa?”(Mc 8.23). A resposta do cego foi: “Vejo os homens, porque como árvores os vejo andando” (Mc 8.24). Jesus novamente põe as mãos nos olhos do cego e este passa a ver claramente (Mc 8.25). Por que o Mestre curou o cego em duas etapas? Não poderia Ele curar o cego ao primeiro toque nos olhos?
A lição de Jesus nesta passagem é que Ele está trabalhando em nossa vida gradativamente. Esta passagem é uma exortação aos discípulos de Jesus que muitas vezes tinham dificuldades em olhar para o próximo com misericórdia. Isto fica claro em algumas passagens, como quando os discípulos pediram para que fogo do céu descesse sobre os samaritanos (Lc 9.51-56) ou quando eles ficam insensíveis ao clamor de uma mãe que pede socorro à sua filha terrivelmente endemoninhada (Mt 15.21-23).
Ver os homens como árvores significa ser insensível às dores do próximo. Significa olhar para o ser humano como um pedaço de pau ou pedra, não como gente cujo coração pulsa esperando respostas para os dilemas da vida. Significa praticar uma religião vazia e sem vida.
O profeta Jonas tinha esta dificuldade. Ele olhava para os ninivitas como árvores. Não conseguia enxergar que a graça de Deus poderia alcançar Niníve, uma cidade perdida no pecado. É por isso que Deus trabalhou no coração de Jonas fazendo com que ele fosse engolido por um grande peixe e ali, no ventre do mesmo, se quebrantasse na presença do SENHOR (Jn 2.1-10).
Quando você olha para os perdidos no pecado como você os vê? Vê como pessoas que precisam do amor de Deus ou como árvores? Pense nisso. Boa semana.