Leitura Recomendada: Gênesis 12.1-3
O Registro do chamado de Abraão, é um dos textos mais importantes para o entendimento do plano salvífico de Deus, que percorre todo o Antigo Testamento, e se desenrola totalmente no Novo Testamento, na pessoa de Jesus, filho de Deus e um judeu, legítimo descendente de Abraão.
Deus vocaciona Abraão para sair de sua terra natal e fixar moradia num lugar distante e totalmente desconhecido. Dado o risco, para Abraão e sua família, do empreendimento relacionado à mudança, Deus o encoraja, dando-lhe sua garantia de cuidado e proteção, prometendo que “abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar”.
Havia um motivo para a mudança. De Abraão surgiria uma grande nação por meio da qual todas as outras nações seriam abençoadas. Ora, pelos israelitas, seus descendentes, Deus comunicou sua vontade revelada na Lei, nos Salmos e nos Profetas. Dos israelitas descende Jesus Cristo, o salvador, tanto de judeus como de gentios, isto é, de todos aqueles que, em qualquer parte do mundo, de qualquer que seja sua etnia, o invoquem como seu Senhor e Salvador.
Além da operação divina, de fazer prosperar de Abraão uma grande nação, para abençoar todos os povos, concorria a parte que cabia ao próprio Abraão, de ser um agente disseminador das bênçãos de Deus por meio do viver fundamentado na fé total e exclusivamente voltada para o único e verdadeiro Deus. Abraão recebe a incumbência: “Seja uma benção!”. Considerando que ele foi o pai de todos os que creem (cf Gl 3.7), podemos afirmar que ele cumpriu bem sua tarefa.
Irmãos e irmãs, Deus também nos chamou do mundo para vivermos no seu reino. Como deu garantias a Abraão de preservação e cuidado, as mesmas também ele nos dá, a fim de termos certeza de que, no reino de Deus, estamos seguros e guardados dos inimigos da fé. Nosso chamado, ainda se assemelha ao de Abraão, porque vivemos hoje no reino de Deus no intuito de disseminar as bênçãos divinas às pessoas, crentes como nós, e mesmo às demais que ainda não creem, mas que podem se beneficiar com nossa presença e ação entre elas. Por isso, como coube a Abraão, também concorremos com Deus na tarefa de abençoar pessoas, cabendo-nos este dever tão especial.
Vivemos tempo de confusão e iniquidade. O mundo, que jaz no maligno, é tenebroso, por isso, as pessoas sofrem, vivem em angústias do inferno por causa dos males deste mundo e os malefícios que ele traz sobre todos. Toda e qualquer esperança só se encontra no evangelho. Somos seus portadores, não só no discurso, sobretudo, na sua vivência, que assim lança luz na escuridão, conforto em meio ao desespero e aponta caminho seguro aos perdidos.