O início de 2019 não está fácil. Várias tragédias tomaram conta dos noticiários tanto nacional como internacional. Notícias como o falecimento num trágico acidente do jornalista Ricardo Boechat, falecimento da musa dos palcos, a atriz Bibi Ferreira, falecimento da cantora Deise Cipriano do famoso grupo musical “Fat Family”, tragédia com os jogadores da base no alojamento do Flamengo e a mais pesarosa de todas, o rompimento da Barragem em Brumadinho (MG), onde muitas vidas foram ceifadas e tantas outras ainda estão desaparecidas. Li alguns comentários nas redes sociais onde alguns ironicamente perguntavam se não seria possível começar novamente o ano de 2019.
Apesar da dor gerada pela tragédia em Brumadinho, é impressionante o número de voluntários que se levantaram para ajudar as famílias vitimadas pelo rompimento da barragem da Vale. Impressionante também tem sido a disposição dos bombeiros que diuturnamente trabalham à exaustão para amenizar as dores das famílias enlutadas. Ao olhar para a tragédia em Brumadinho, me pergunto: “Quantos sonhos foram ceifados?”; “Quantos perderam suas casas e bens, frutos do suor do trabalho?”; “Quantos choram até hoje a perda do cônjuge, filhos ou amigos?”; “Quantos perderam a herança deixada pelo suor do trabalho de seus antepassados?”; “Quantos perderam suas terras e animais”?. Sem contar o rio Paraopeba que ficou com cerca de 305 km de contaminação em sua extensão.
Dor parecida foi vivida pelos cristãos do primeiro século na qual é dirigida a Primeira Carta de Pedro. Eles são chamados por Pedro de “forasteiros da dispersão”. Viviam em cinco regiões do Império Romano conhecidas como Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1.1). Eles estavam desencorajados e tristes porque perderam muitos de seus bens. Muitos herdaram terras de seus antepassados, mas a perseguição religiosa, a destruição das casas e terras por invasores, os fungos que prejudicavam a plantação e a praga de gafanhotos que vinha do vento oriental punha tudo a perder. Sem contar vidas que foram ceifadas devido à perseguição religiosa. E aí que entram as palavras de Pedro, o apóstolo da esperança.
Pedro faz um paralelo entre a herança corruptível (as coisas aqui da terra) e a herança incorruptível (a salvação em Cristo e o céu). Pedro desafia os cristãos a não se abaterem por mais que a luta seja difícil. Ele quer que seus leitores compreendam que a pátria do cristão não é aqui. Por mais que homens se levantem contra nós e tirem nossos bens ou nossa própria vida, há algo que não pode ser tirado de forma alguma, a salvação em Cristo (1.1-5). Somos forasteiro deste mundo (Hb 13.14). No Novo Céu e Nova Terra não haverá lágrimas, morte, luto, pranto ou dor (Ap 21.4). No Novo Céu e Nova Terra não entrará coisa alguma contaminada (Ap 21.27). Lá não veremos rompimentos de barragens, sequestros, roubos, políticos corruptos, facções dominando presídios e vidas sendo ceifadas gratuitamente.
Ah, que grande dia será quando formos morar com o Senhor! Ah, que grande dia será, como diz a música “Autor da minha Fé”, quando podermos rever amigos que um dia em Cristo foram feitos nossos irmãos!