Leitura recomendada: Lucas 15.11-32
A parábola do filho pródigo é considerada por muitos, o texto mais rico da fé cristã (Lc 15.11-32). A mensagem da parábola do filho pródigo é considerada uma pérola da literatura cristã porque nos apresenta Deus como um Pai amoroso que oferece um perdão incondicional. Essa parábola conta a história de um pai e dois filhos. Na parábola, o filho mais jovem pede a herança ao pai e a gasta de maneira dissoluta. Já o filho mais velho fica em casa cuidando dos afazeres da família.
Neste texto, o filho mais jovem demonstra algumas características de um filho NÃO CONVERTIDO ao coração do pai. Por que então, ele demonstra tais características?
1. Porque filhos convertidos aos pais honram aos seus pais – A Bíblia fala que se um filho quiser ter vida longa sobre a terra deve honrar pai e mãe (Êx 20.12; Ef 6.2). Conforme a Bíblia, o filho primogênito teria direito a 2/3 da herança enquanto que o filho mais novo, 1/3 (cf. Dt 21.15-17). Dentro da cultura judaica uma herança só seria repartida aos filhos após a morte do pai. Por isso, pedir uma herança com o pai ainda em vida tinha um significado profundo, pois o filho estava querendo dizer que o pai estava morto para ele!
2. Filhos convertidos aos pais amam mais os pais do que os amigos
Foi Thomas Huxley que afirmou: “As piores dificuldades de um indivíduo começam quando ele tem a possibilidade de fazer o que bem entende.”
Para o jovem esbanjador, sair de casa e ir para outra terra significava romper não apenas com a família, mas também com a cultura e com o Deus de seus familiares. Em terra estranha, o filho mais jovem gasta sua herança dissolutamente. Lá, ele se envolve com meretrizes, amigos interesseiros, bebidas e por fim, perde toda a herança. Aqueles que se diziam seus amigos se afastam dele. Ele vai então trabalhar com os porcos, o que era uma vergonha para os judeus, e com fome desejava comer do alimento dos porcos, porém ninguém lhe dava nada (v.16). E porque ninguém lhe dava nada? Porque a amizade do mundo é interesseira. Pessoas interesseiras só se aproximam de alguém quando podem receber algo em troca. O mundo nos ama se tivermos um belo carro, dinheiro, status, grande posição na sociedade, etc (Pv 19.4). A partir do momento em que o jovem pródigo não tinha mais nada a oferecer financeiramente, as pessoas se afastarem dele. É por isso que Pv 19.6 diz que “todos são amigos do que dá presentes.”
Sentindo-se abandonado o jovem cai em si, e arrependido, prepara um discurso para o encontro com o pai. O pai ao avistá-lo corre em sua direção (Lc 15.20). Tal gesto seria algo inconcebível para um judeu daquele tempo, pois o filho é que deveria vir correndo até o pai. O pai poderia tratar o filho como um de seus trabalhadores, mas não é o que faz.
O pai oferece ao filho mais novo presentes que tinham um profundo significado: a) Melhor roupa (o filho ainda gozava de privilégios dentro do lar); b) anel (autoridade dentro do lar); c) sandálias (não seria tratado com um escravo da família) – cf. Lc 15.22. Além disso, manda preparar um belo banquete (v.23).
É imperativo que os filhos valorizarem aos seus pais, pois no momento de dor e aflição serão eles que estarão ao lado dos filhos como a própria parábola demonstra. Filhos, que tal dar mais atenção àqueles que tanto amam e lutam por vocês?