O famoso sermão do monte de Jesus começa com as chamadas “bem-aventuranças”. A expressão “bem-aventurado” vem do grego “makarios” que significa “mais que feliz” ou “mais que abençoado”. Há 9 bem-aventuranças no sermão do monte, sendo que 4 tratam da relação com Deus e as outras 5 tratam da relação com os homens.
As bem-aventuranças vão na contramão daquilo que o mundo julga como felicidade. Afinal, para o mundo regido por satanás, ser humilde de espírito, manso ou limpo de coração, nada tem a ver com felicidade. A primeira das bem-aventuranças é ser humilde de espírito (Mt 5.3). Mas, afinal, o que significa ser humilde de espírito?
Ser humilde de espírito não é ser pobre. Há ricos que são humildes e há pobres que são orgulhosos. O contrário também acontece. Ser humilde de espírito também não é ser capacho das pessoas, não é deixar que os outros nos humilhem. Ser humilde de espírito não é ter sangue de barata e aceitar tudo passivamente.
Para Jesus, o humilde de espírito é aquele que se dobra à vontade de Deus. É aquele que se humilha na presença do Eterno, reconhece sua natureza pecaminosa e crê que sem Jesus nada pode fazer (Jo 15.5). A Bíblia traz a interessante parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14). Estes dois homens subiram ao templo para orar.
O primeiro, possuía alta consideração de sua religiosidade, se orgulhava por ser dizimista e praticar o jejum, achando-se o mais justo dos homens (Lc 18.12). O segundo, reconhecia suas fragilidades espirituais e clamava pela misericórdia do Senhor, dizendo: “Ó, Deus, se propício a mim, pecador!”(Lc 18.13).
Jesus diz que o publicano, e não o fariseu, desceu para casa justificado, porque todo aquele que se humilha será exaltado, mas aquele que se exalta será humilhado (Lc 18.14). Que Deus nos ajude a sermos humildes na presença de Deus e reconhecermos que tudo aquilo que temos e somos vem Dele (Dt 8.17-18).