Essa esperança é uma linha da vida espiritual inquebrável, que vai além de tudo que é visível, até a presença de Deus, onde Jesus está.
Hebreus 6.19
Às vezes temos pressa de menos. Outras vezes, temos pressa demais. Em algumas ocasiões, Deus nos apressa. Em outras, ele nos manda abandonar a pressa. Por um lado, somos morosos nas tomadas de decisão mais difíceis e na negação da vontade própria. Por outro, não sabemos esperar calmamente os frutos da obediência, o momento de alívio, o galardão final nem o retorno de Jesus em poder e muita glória.
Mas, desde a queda, somos obrigados a esperar. A serpente já feriu o calcanhar do descendente da mulher (Gn 3.15), mas ainda não vemos toda a cabeça da serpente esmagada (Rm 16.20). Jesus já venceu a morte, mas ela ainda é o “rei dos terrores” (Jó 18.14), aquele “cujo lábio inferior toca a terra e o superior, o céu, de modo a engolir tudo”.
Uma das mais bonitas palavras de encorajamento na prática da espera está no livro do profeta Habacuque: “A visão [escrita claramente em tábuas] aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará” (Hc 2.3).
A demora é uma questão relativa. O próprio Jesus garante que Deus fará justiça aos seus escolhidos, “embora pareça demorado em defendê-los” (Lc 18.7). Além da arte de esperar, você precisa aprender a arte de tomar posse daquilo que ele realmente promete, mesmo sem ver com os olhos naturais e sem agarrar com as mãos.
Retirado de “Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos”, de Elben Cezar, Editora Ultimato.