O Primeiro Homicídio

Publicado em: 19 de janeiro de 2020

Categorias: Estudos de Quinta Feira

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Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.

Gênesis 4:8

Caim teve sua oferta rejeitada, não porque Deus de forma injustificada não se agradou de sua oferta, mas porque Caim não a fez como deveria ter feito, ele não honrou Deus com o melhor que pode ser ofertado e não o fez na fé como seu irmão.

A reprovação de Deus deveria ser momento de auto-examinação de Caim, ver aquilo que está fazendo de errado, se arrepender e corrigir seus maus caminhos. Porém a Bíblia relata que a rejeição de sua oferta o fez ficar sobremaneira irado (Gn 4.5). Deus o alertou sobre isso, que se fizesse o bem seria aceito e que ele deveria ter cuidado com o pecado que estava a sua porta. Cabia a ele deveria dominar e resistir ao pecado (Gn 4.7).

A natureza humana é pecadora e é impossível deixar de pecar totalmente, mas isso não a isenta da responsabilidade de seus pecados (Mt 26.24), é  possível sim resistir a muitos deles. Este era o caso de Caim, Deus disse que o pecado estava a sua porta, ou seja, Deus sabia o desejo no seu coração de matar Abel e disse a ele que deveria resistir a esse desejo, que se ele realmente quisesse, conseguira. Mas Caim não quis.

Este é uma característica interessante daqueles que são invejosos e maus, Caim agiu errado e deveria mudar sua atitude, mas prefere ferir aquele que faz certo a mudar. Isso acontece com frequência com pessoas invejosas. Elas veem pessoas com conquistas e sucesso e não usam isso de motivação, com desejo sincero de, com suas forças, atingir o mesmo resultado, elas preferem que aqueles que tem aquilo que ela não possui sejam destruídos. É a materialização do ditado “se eu não tenho, ele também não terá”.

Caim, mesmo com a advertência divina abre as portas para o pecado e mata seu irmão. Um justo morrendo pelas mãos de um injusto. Aquele que fez o correto sofrendo por quem não fez. Salvo as proporções, vemos aqui um paralelo com a morte de Cristo, quem não merecia morrer morreu por quem merecia.

Mas as ações erradas têm consequências e o pecador é chamado a prestar contas de seus atos. Deus chamou Caim para prestar contas (Gn 4.9) e Caim se torna sarcástico, não demonstrando arrependimento. Uma característica típica daqueles que não foram chamados por Deus.

Deus, então, profere a Caim sua punição (Gn 4.11-12) e Caim ao invés de se arrepender sente autocomiseração (Gn 4.13) deixando cada vez mais claro a personalidade de um filho da ira, uma pessoa que só pensa em si e no que lhe interessa, preocupada com o abandono social, mas não com o abandono de Deus.

Agora, o assassino teme por sua vida, a do seu irmão não teve nenhum valor para ele e por nada ele a tomou, mas agora teme pela sua e não a quer perdê-la. Caim observa que agora, fora da graça de Deus, quem o encontrar pelo caminho o matará (Gn 4.14). É importante salientar a preocupação de Caim quanto a sua morte física, era com isso que ele se preocupava, não com a espiritual.

Mas, em resposta a isso, Deus coloca nele um sinal proibindo que alguém o mate, isso não significa, como alguns pensam, que Caim se tornou imortal e está vivo até hoje. Demonstra que ele não seria morto propositalmente por alguém, morto por vingança, porém ele continuou sujeito a morte como todos os humanos e embora a Bíblia não relate a sua morte, ele, eventualmente, veio a falecer, longe de Deus e da salvação eterna.

Para refletir: com qual morte você anda mais preocupado?